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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Rapel e Vertigem: Vivências e Sensações

Fonte:http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao-fisica/rapel-vertigem-vivencias-sensacoes.htm

Rodrigues, Judite F. [1]
Menezes, Carla V. [2]
Schonardie, Leopoldo F[3]

RESUMO

Este artigo retrata uma metodologia diferente utilizada pelo prof. Dr. Leopoldo Schonardie Filho no curso de doutorado em Ciências do Movimento Humano na disciplina de Atividade Física, Esporte e Lazer na Natureza. Uma metodologia que aceita a complexidade como um aspecto estruturante da natureza e do mundo aliando teoria e prática, oportunizando novas vivências e sensações.

ABSTRACT

This article portrays a different methodology used by prof. Dr. Leopoldo Schonardie Filho in the doctorate course in Sciences of the Human Movement in the discipline of Physical Activity, Sport and Leisure in the Nature. A methodology that accepts the complexity as an aspect estruturante of the nature and of the world allying theory and practice, oportunizando new existences and sensations.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é proveniente de uma relação teoria x prática, resultante das aulas do prof. Dr. Leopoldo Schonardie Filho na disciplina de Atividade Física, Esporte e Lazer na Natureza no curso de doutorado em ciência do Movimento Humano da Universidade Tecnológica Intercontinetal – PY. Em suas aulas discutiu-se a responsabilidade civil do estado pelo dano ambiental e a importância da prática de atividade física na natureza entre outros.

Destacamos o texto Vertigem[4] e a prática do “Rapel” por que tivemos a oportunidade de realizar a técnica do rapel no próprio prédio da Universidade e posteriormente analisar o texto vertigem. Descemos uma a uma sob o comando do professor. Para todas foi uma experiência fascinante.

Nosso objetivo foi conhecer as bases das práticas das atividades de aventura[5] em especial do Rapel e o aumento acelerado do número de praticantes desta técnica. Como não se trata de um esporte e sim uma técnica e/ou atividade de aventura, ou seja, não é institucionalizado, sua pratica se restringe a estudos, prazer, resgates e trabalhos em alturas.

Reunindo teoria e prática, surgiu da necessidade de Estudo do rapel para conhecer suas peculiaridades, começando pelo conhecimento da técnica, histórico, equipamentos chegando até a execução da prática como conteúdo multidisciplinar.

METODOLOGIA:

Esta pesquisa investigou a relação “teoria-prática” do rapel vivenciado como metodologia, bem como algumas possibilidades de sua re-significação.

A aula aconteceu no mês de agosto de 2007, com um grupo 05 estudantes do sexo feminino do curso de doutorado em Ciências do Movimento Humano da UTIC – Universidade Tecnológica Intercontinental na Ciudade del Este PY, com destaque para a autonomia das estudantes. Quatro estudantes participaram da aventura, uma observou, auxiliou e incentivou as demais.

A descida aconteceu de forma segura e tranqüila, porém com muita adrenalina. A descida foi registrada em vídeo e foto. No segundo rapel sob o comando do professor executamos algumas acrobacias.

Rapel na Sala - de - Aula

Retornamos à sala – de – aula para comentários e discussões relacionando as sensações cujo foco RAPEL E VERTIGEM: Vivências e Sensações deve-se a relevância e a simplicidade do mesmo em ser discutido e praticado em sala-de-aula e pela possibilidade da sua contribuição com a sociedade como referencial de mais um método de trabalho que pode ser relacionado às necessidades dos educandos de sentir a importância da atividade física na natureza.

A Técnica Rapel

Palavra Francesa que significa trazer, recuperar, voltar. Técnica aplicada em descida vertical em corda por grupos de operações, esportistas e pessoas comuns do mundo inteiro. As técnicas podem ser aplicadas em várias situações e terrenos como: retorno de uma escalada, resgate, intervenções de forças especiais, cachoeiras, prédios, pontes e outros tipos de descidas.

A descida vertical em corda consiste em uma série de procedimentos e condutas. É preciso estar preparado psicologicamente e fisicamente, pois o rapel proporciona uma perda de energia potencial gravitacional por ser uma descida vertical em corda, na qual a pessoa desliza de forma controlada, vencendo obstáculos onde a ação da gravidade é superada e controlada pela técnica e pelo prazer.

O equipamento de segurança é o principal requisito para a pratica de uma atividade vertical. Deve estar sempre em boas condições, ser de boa marca, procedência e passar sempre por uma manutenção, que é simples.

No Rapel a adrenalina está na descida onde o praticante poderá faz manobras com a cadeirinha invertida, fazendo descidas com ou sem velocidade, mas com total segurança.

Rapel no Brasil

A palavra Rapel foi usada para batizar a técnica de descida por cordas, praticada em montanhismo, escalada, canyoning e em outras atividades afins. Basicamente três esportes utilizam o rapel: a escalada, a espeleologia e o canyoning.

Em todos eles o conhecimento apenas do rapel é totalmente insuficiente, e praticar qualquer uma destas atividades sem saber exatamente os procedimentos corretos é tremendamente arriscado.

Fazer rapel pode parecer extremamente simples, talvez seja por isso que ele se difundiu tanto. Qualquer pessoa que vença o medo da altura coloque o equipamento mínimo necessário e tenha alguns poucos minutos de "instrução" pode realizar o rapel, porém esta mesma pessoa está longe de estar apta a freqüentar locais onde o conhecimento técnico tem que ser mais apurado.

Explorar novas cavernas, descer canyons com inúmeras cachoeiras e conquistar novas vias de escalada são outros desafios.

EQUIPAMENTOS

Corda - Deve ser estática. Existem modelos apropriados para o rapel em cachoeira que não absorvem água. São as chamadas com Sistema DRY. O tamanho da corda vai variar do local onde vai ser praticado. A espessura deve ser maior que 8 milímetros.

Bouldrier - Também chamada de cadeirinha pelos mais íntimos. É um conjunto de fitas que fica na cintura e nas pernas, ligando o "rapeleiro" a corda através do freio. Existem modelos totalmente ajustáveis, nas pernas e na cintura.

Freio Oito ou ATC - É o aparelho de atrito que controla a velocidade de descida. Conforme a atividade (canyoning, espeleologia ou escalada), pode ser de três modelos: oito, reco ou ATC.

Mosquetão - Argola de fecho rápido usada para clipar o freio à cadeirinha. Existem de vários modelos e formas.

Capacete - É sensato o uso do capacete. Use cores chamativas, como: vermelho, branco, amarelo...

Roupas - Dependendo da temperatura da água é aconselhável o uso de roupa de neoprene, pois o frio da água pode causar caimbras. Indicações: as roupas leves e que secam rápido

Luvas - Usadas para proteger as mãos durante a descida do rapel, seu material e espessura deve variar de acordo com a pessoa e com o tipo de rapel que se faz. Existem também as luvas que deixam a ponta dos dedos livres, o que permite o maior controle da corda.

Roldana - A roldana não é usada no rapel, mas pode ser muito importante no caso de se fazer um resgate, ou precisarmos erguer uma grande quantidade de peso.

MECANISMOS DE FRENAGEM

ATC - Trabalha como as placas e como os tubos Lowe, quando uma laçada da corda é enfiada pelo equipamento e clipada ao mosquetão, sendo a segurança dada pela quantidade de atrito com a corda que é criada por esse sistema com a vantagem de diminuir a torção da corda, podendo prolongar a vida útil desta.

Stop (Dresler) - O dresler pode ser utilizado no lugar do oito, tem como função diminuir os danos na corda para descidas mais rápida devido ao seu desempenho (não torce nem esquenta a corda).

Placa Sticht - É outro mecanismo de frenagem. Possui 1 ou 2 rasgos por onde a laçada da corda é passada, e esta presa ao mosquetão. Pode possuir uma mola, que tem a função de manter a placa a uma certa distância do mosquetão. O seu uso inicial foi para dar segurança nas escaladas, sendo no entanto menos aconselhável, pois podem trancar com a corda.

Grigri - É um aparelho recentemente inventado, que automaticamente freia uma queda, através de um sistema de alavancas, em seu interior. O aparelho é clipado à cadeirinha através do mosquetão, e a corda é passada por dentro do aparelho, se quiser descer basta pressionar a alavanca do grigri, se você soltar a alavanca o dispositivo automaticamente trava o sistema e você não desce.

Rack - É um dispositivo moderno, onde o atrito com a corda é feito através dos diversos "degraus" da escadinha do rack. O rack possui duas longas barras transversais, e 4 ou 5 perpendiculares a estas, por onde é passada a corda. É eficiente, não torce a corda.

NÓS E AMARRAÇÕES - Os nós podem ser considerados parte indispensável a prática do Rapel, portanto de fundamental importância dominar o maior número de nós e amarrações possíveis, pois nunca se sabe quando será preciso utilizá-los. Podem ser utilizados para unir as cordas, para as ancoragens, e outras aplicações. A escolha de um nó deve passar por uma análise criteriosa sobre o uso. Fatores como força de blocagem, facilidade de fazer e desfazer o nó e perdas de resistência, etc, devem ser lconsiderados na hora da escolha. Alguns dos nós mais utilizados:

Nó de Azelha Simples: Pode ser usado em ancoragem principal, mas não deve ser utilizado em ancoragem reserva. Diminui a resistência da corda em 50% - R0: 50%, além de ser difícil desfazer, quando submetido à tensão. Deve ser usado como nó amortecedor entre a ancoragem principal e a reserva.

Nó de Azelha em "8" :. Mais tradicional, é usado tanto em espeleologia quanto em alpinismo. Pode ser utilizado em qualquer ancoragem, ou para prender coisas na corda com segurança. Pode ser desfeito bem mais fácil que o azelha. Seu R0: 60%. Também poderá ser feito da forma induzida e deverá ser arrematado.

Nó de Pescador Duplo: Excelente nó de junção para cordas de mesmo diâmetro. Pode ser empregado também em arremates.
Nó Direito: Para emendar ataduras e emendar cabos com o mesmo diâmetro.

Forca: Arme a laçada, deixando a ponta de trabalho com tamanho suficiente para executar as voltas. Realize finalmente e, ao fazer a última volta, introduza a ponta de trabalho na laçada superior do nó. Em seguida puxe a laçada inferior pelo lado correspondente à ponta de trabalho para apertá-la e conservar as voltas seguras. O laço é regulado movimentando-se o lado da corda correspondente à sua parte fixa.

Nó Oito: Este nó é mais volumoso que o nó superior comum e muito mais fácil de ser desfeito, quando não for apertado demasiadamente. É usado comumente sempre que queira criar uma protuberância numa corda, servindo perfeitamente quando se fizer necessária a fixação de uma corda em seu encaixe. Neste caso, o nó poderá ser empregado se não houver uma estaca ou outro local onde se amarra a corda.

Nó Prussik: É um nó empregado para fixar cordas auxiliares a uma outra de maior diâmetro, para dar tensão a outros cabos, para segurança e para ascensão em um cabo vertical com o uso de estribos. Possui a peculiaridade de prender e segurar quando for exercida tração sobre ele. Uma vez feito o nó e estando seguro, faz-se correr no sentido que se deseja e para mantê-lo firme no lugar, basta largá-lo, tracionando-o com firmeza ou deixando que o próprio peso do corpo exerça a tensão.

Estes nós não são específicos para o Rapel, a maioria deles são oriundos do escotismo e técnicas náuticas, sendo utilizados em varias Atividades de Aventura que lidam com manipulação de cabos (cordas).

TIPOS DE RAPEL

Rapel Inclinado - É o tipo de rapel mais simples de ser executado, como o próprio nome diz, ele é feito em uma parede ou pedra com menos de 90º de inclinação. Ele serve de base para os outros tipos

Rapel Vertical - Não se difere muito do inclinado, tendo suas grandes diferenças apenas na saída, onde dependendo do ponto de fixação da corda, poderemos ter um alto nível de força no baldrier (cadeirinha) devido a passagem do plano horizontal para o vertical. E um outro fator a ser considerado é uma maior pressão no freio

Rapel Negativo - Este tipo de rapel é um dos mais praticados, deve-se isto ao fato de ser um rapel que é feito em "livre", ou seja, sem o contato dos membros inferiores com qualquer tipo de "meio” (pedra, parede, etc). O seu ponto crítico é a saída, pois temos que ficar quase de cabeça para baixo e é quando temos um nível muito alto de pressão no baldrier e no freio, devemos ter também uma grande atenção na velocidade de descida, pois ela aumenta fácil e rapidamente.

Rapel Invertido Negativo - Feito nas mesmas condições do visto anteriormente, sendo que após a saída, toma-se posição invertida (de cabeça para baixo). Deve-se antes executar a manobra, mentalizar os procedimentos, pois você estará em uma posição invertida assim como os comandos do freio, além é claro da facilidade do aumento de velocidade.

Rapel de Frente Inclinada - Nas mesmas condições que o inclinado, sendo agora de frente para a descida (tipo o filme Soldado Universal), além de dar mais "medo" deve-se tomar cuidado na hora do freio quanto a posição do corpo e a elasticidade da corda, pois estamos em uma posição em que a força da gravidade atua mais do que no inclinado.

Rapel de Cachoeira – Canyoing - Podemos encontrar aqui diversos tipos de descida (quanto a posição de descida e meio). Mas o principal aqui é alertar quanto ao fato de estamos descendo em pedras escorregadias que ao menor descuido nos fará perder o equilíbrio e trará consequëncias imprevisíveis. Também devemos considerar a força da queda d'água. Não é qualquer cachoeira que nós podemos nos enfiar debaixo, devemos ter prudência na hora de a escolhrmos, pois se entrarmos embaixo de uma "tromba d'água" teremos consequëncias desastrosas, como não conseguir frear.

Rapel Guiado: Semelhante ao Rapel Negativo, consiste em descida sem o contato direto com o "objeto” utilizando equipamentos de montanhismo orientados por um cabo de aço, que aumenta a segurança, mesmo que o praticante não domine totalmente as técnicas de Rapel em Cachoeira.

Rapel Intercalado - Rapel este que teremos que fazer "escalas" ou seja, desceremos com a corda dobrada e a prenderemos em um outro ponto de fixação (pelo menos três metros antes do final da corda) e então a descida deverá seguir uma sequëncia que é normalmente estabelecida antes de ser iniciada. Como norma de segurança, deve-se amarar as pontas da corda com um nós de pescador e colocar ali um mosquetão, procedimento este que em caso de perdermos o controle da descida, ficaremos presos no final da corda, evitando uma queda que seria fatal.

UTILIZAÇÃO DO RAPPEL

Técnicas Verticais: São técnicas desenvolvidas com o uso de cordas e equipamentos apropriados para movimentar-se tanto na vertical como na horizontal. Os movimentos verticais utilizam o Rapel como meio de descensão e a subida através de corda, como meio de ascensão. O movimento horizontal será por meio de tirolesa.

Canyoning: É a exploração de um leito de rio onde se utiliza o trekking, natação e ou rapel. Uma simples caminhada dentro de um rio é um canyoning, e muitas vezes é necessário se usar o rapel para transpor um obstáculo, como uma cachoeira.

Escalada: É a ascensão geralmente realizada sob superfícies rochosas, quase sempre verticais ou negativas, onde o praticante utiliza somente a força corporal sobre tudo das mãos e dos pés. Após a subida é necessário descer e normalmente se utiliza o rapel.

Resgates: É o ato de salvar alguém. Muitas vezes em locais de difícil acesso, faz-se o uso do rapel para se realizar o resgate.
Espeleologia: É a exploração de cavernas. Existem nas cavernas muitos obstáculos a serem transpostos e um deles são os abismos que necessitam de técnicas verticais e por conseqüência o rapel.

Arborismo: É o passeio entre as copas das árvores, onde muitas vezes o rapel é utilizado como uma forma de se descer das arvores.

Pesquisas: Normalmente o rapel é utilizado em pesquisas de animais, vegetais e geologia que se encontra em paredões, rochedos, cavernas, árvores, etc.

Trabalhos em altura: São trabalhos realizados acima de 2 metros do solo, e geralmente fazem o uso do rapel, tanto para manutenção de equipamentos, limpeza, pintura, decoração etc., como para se retornar ao solo após o termino do trabalho.

Operações táticas: Uma técnica aplicada em descida vertical em corda por grupos de Operações e forças especiais do mundo inteiro, utilizado como meio de proceder a intervenções de forças especiais, no que diz respeito a estratégias militares.

Segurança: Este é o um dos assuntos mais importantes a ser discutido não só no rapel, mas como na prática de qualquer Atividade de Aventura. É importante que todos os equipamentos a serem utilizados tenham algum tipo de certificado de qualidade, pois é irá garantir sua segurança.

CUIDADOS QUE SE DEVE TER

Toda prática de rappel deve ser executada em grupo, pois um integrante é sempre responsável pela vida de outro. Toda descida de rappel deve ter no mínimo três participantes:

O que aborda: é o responsável por colocar o praticante na corda, conferir se seu equipamento está correto e orientá-lo no momento da abordagem.

O que desce: é o praticante atual, ou seja, quem vai fazer a descida.

O que faz a segurança: é a pessoa que vai estar lá em baixo, segurando a corda, atento a todos os movimento dos outros participantes do grupo. É o responsável pela segurança da descida, devendo ter total atenção, pois com ele fica o ultimo recurso antes de uma fatalidade. Quando alguém que está descendo perde o controle de sua descida, é o segurança quem vai ter que fazer o bloqueio na corda e evitar que ele caia.

RESULTADOS:

Interpretando os movimentos:

Difícil acesso pelo alto custo dos serviços especializados ou dos equipamentos. Passamos a olhar espaços no seu entorno que podem ser propícios às práticas desta aventura.

Procedimentos de segurança e equipamentos específicos. Sua prática se distancia do conceito de performance-rendimento, e se aproxima do executar de forma segura.

A técnica como comportamento padronizado: gestos e equipamentos são padrões. Apresentamos uma mediação ressaltando a cooperação, a amizade, e a autonomia.

Corporeidade: Destacada na emoção, diversão e alegria, e também no medo e n cuidado consigo, com o outro e com a Natureza.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando pesquisamos este tema nos deparamos com muitas dificuldades em adquirir artigos e/ou documentos confiáveis para a elaboração deste artigo.

Os dados trouxeram indicações positivas quanto à possibilidade de re-significação dos conceitos de atividade de aventura como um caminho para o reconhecimento do ser humano como natureza e para uma conduta ética junto aos outros seres vivos e não vivos.

A metodologia utilizada mostrou-se eficaz para a intervenção na realidade, pois contribuiu para projetar transformações no modo de agir e de pensar do grupo.

Entendemos que são necessárias outras pesquisas e vivências, pois este tema é um tema que pode e deve ser aprofundado devido a sua importante contribuição social; por considerar o processo de internalização, a individualidade, a emoção e a reflexão dos sujeitos envolvidos.

O rapel, se praticado com as devidas medidas de segurança, é uma atividade muito prazerosa, deixando seu praticante totalmente adrenalizado. Por ser uma atividade que lida com a vida, devemos sempre estar atentos a segurança, avisa o instrutor-professor doutor Leopoldo Schonardie Filho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RAPEL DO RIO DE JANEIRO. Rapel. Rio de Janeiro - RJ. Disponível em:
http://www.rapelradical.com.br/estudio/enquete/resultados.asp Acesso em 01 de setembro de 2007.

FERNANDES, R. de C. Esportes Radicais: Referências para um estudo acadêmico. Conexões: Educação, Esporte e Lazer. Unicamp, 1998.

MARINHO, A. Natureza, tecnologia e esporte: novos rumos. In: Conexões: Educação Esporte e Lazer. Unicamp, 1999.

MARINHO, A.; BRUHNS, H. T. (org.). Turismo, Lazer e Natureza. Barueri, SP: Manole, 2003.

OMETTO, J. Rapel: do lazer ao salvamento. Disponível em: http://oradical.uol.com.br/conteudo/leitura.asp?codmat=3775. Acesso em: 01 set. 2007.

SERRES, M. Variações sobre o corpo, Tradução de Edgar de Assis Carvalho, Mariza Perassi Bosco – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2004.

SILVA, S. Cordas para rappel. 2003. Disponível em: http://oradical.uol.com.br/conteudo/leitura.asp?codmat=3775. Acesso em: 01 set 2007.

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[1]Doutoranda em Ciências do Movimento Humano na UTIC.
[2] Doutoranda em Ciências do Movimento Humano na UTIC.
[3] Prof. Dr. Orientador, Titular da cadeira de Atividade Física, Esporte e Lazer na Natureza da UTIC – Universidad Tecnológica Intercontinental no curso de Doutorado
[4] Serres, 2004
[5] Atividade de Aventura praticada em ritmo crescente por pessoas comuns talvez em virtude de sua praticidade e pelo prazer que oportuniza

Ensino fundamental de nove anos

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS
FUNDAMENTAL TEACHING NINE YEARS OLD
Fonte:http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/ensino-fundamental-nove-anos.htm

RODRIGUES, Filgueiras Judite[1]
MENEZES, Carla Vasconcelos de[2]
COSTA, Caroline Fontoura da[3]

RESUMO

O presente artigo tem como objeto de análise as políticas públicas da educação no que se refere à ampliação do Ensino Fundamental para nove anos com ingresso obrigatório da criança aos seis anos de idade no município de São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, Brasil. Buscou-se discutir preliminarmente o papel da legislação vigente relativo à criança, à infância e à educação. Pretendeu-se ainda desvelar o Projeto Piloto que se encontra em andamento desde o inicio do ano letivo de 2007, assessorado pelo GEEMPA - Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação, coordenado pela Secretaria Municipal de Educação e pela 32ª Coordenadoria Regional de Educação de São Luiz Gonzaga em três escolas da rede municipal e três da rede estadual de São Luiz Gonzaga.

Palavras – Chave - Políticas Públicas - Educação – Legislação - Ensino Fundamental.

ABSTRACT

The present article has as object of analysis the public politics of the education in the one that refers to the amplification of the Fundamental Teaching for nine years with obligatory entrance of the child with six – years - old in São Luiz Gonzaga city, Rio Grande do Sul, Brazil. At First, it searched to discuss the role of the effective legislation related to child, childhood and the education. Intended still reveal the Pilot Project that is in process since the beginning of 2007 school year in 2007, advised by GEEMPA – Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação, coordinated by the Secretaria Municipal de Educação and 32 nd Regional Coordenadoria Regional de Educação of São Luiz Gonzaga in three schools of the municipal net and three chools of the state net of São Luiz Gonzaga.

Key Words: Public politics – Education - Fundamental Teaching - Legislation.

INTRODUÇÃO

Este artigo trata da implantação de um Projeto Piloto na região de abrangência da 32ª CRE - Coordenadoria Regional de Educação numa parceria entre Coordenadoria Regional e Secretaria Municipal de Educação com assessoria dos projetos da GEMPA, Ayrton Senna e Alfa e Beta.

A implantação de uma política de ampliação do Ensino Fundamental de oito para nove anos de duração exige cuidadoso tratamento político, administrativo e pedagógico, uma vez que a obrigatoriedade da criança iniciar no Ensino Fundamental mais cedo é recente, fevereiro de 2006, principalmente nas Escolas Estaduais e Municipais do município de São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul, Brasil.

Neste início do processo de ampliação do Ensino Fundamental, existem muitas perguntas sobre o currículo para as classes das crianças de seis anos de idade, entre as quais se destaca: Como estas crianças aprendem? Qual proposta pedagógica é mais adequada? Qual conteúdo?

Acredita-se que a mudança na estrutura do Ensino Fundamental não deve se restringir ao que fazer exclusivamente nos primeiros anos, pois este é o momento para repensar todo o Ensino Fundamental. É no momento da implantação que os sistemas, terão a oportunidade de rever currículos, conteúdos, práticas pedagógicas para todo o Ensino Fundamental. Estando a criança no ensino obrigatório ela precisa ser atendida em todos os objetivos legais e pedagógicos estabelecidos para essa etapa de ensino.

Portanto, procura-se, neste artigo, retratar uma realidade local sobre a ampliação do ensino fundamental para nove anos, bem como para as necessidades de que aspectos estruturantes da escola precisam ser analisados e reelaborados conforme a legislação vigente.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

Conforme o PNE – Plano Nacional de Educação, a determinação legal, Lei nº 10.172/2001, de implantar progressivamente o Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos de idade objetiva oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade.

Estabelece ainda, que a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos, deve se dar em consonância com a universalização do atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos. Ressalta que esta ação requer planejamento e diretrizes norteadoras para o atendimento integral da criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de metas para a expansão do atendimento, com garantia de qualidade. Essa qualidade implica assegurar um processo educativo respeitoso e construído com base nas múltiplas dimensões e na especificidade do tempo da infância, do qual também fazem parte as crianças de sete e oito anos.

No seu art. 23 a LDB – Lei de Diretrizes e Bases - incentiva a criatividade e insiste na flexibilidade da organização da educação básica. Nesse sentido no Ensino Fundamental a educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

O art. 32 determina como objetivo do Ensino Fundamental a formação do cidadão, mediante:

I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Lei 11.274 de 06 de fevereiro de 2006 - A Lei no 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, assegura o direito das crianças de seis anos à educação formal, obrigando as famílias a matriculá-las e o estado a oferecer o atendimento. Mas como assegurar a verdadeira efetivação desse direito? Como fazer para que essas crianças ingressantes nesse nível de ensino não engrossem futuras estatísticas negativas? São questões levantadas no caderno do MEC/FNDE[4] (2006).

Frente a essa situação acredita-se que professores, gestores e demais profissionais de apoio à docência têm neste momento uma complexa tarefa: a de participar da elaboração dos PPP – Projetos Políticos Pedagógicos nas escolas onde estão sendo implantados o Ensino Fundamental de Nove Anos.

Lei 8.069, de 13 de julho de 1990 - Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer.

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil[5] Fornecem elementos importantes para a revisão da Proposta Pedagógica do Ensino Fundamental que incorporará as crianças de seis anos, até então pertencentes ao segmento da Educação Infantil. Entre eles, destacam-se:

As propostas pedagógicas devem promover em suas práticas de educação e cuidados a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivolingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser total, completo e indivisível. Dessa forma, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se, mover-se, organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de cada indivíduo.

Ao reconhecer as crianças como seres íntegros que aprendem a ser e a conviver consigo mesmas, com os demais e com o meio ambiente de maneira articulada e gradual, as propostas pedagógicas devem buscar a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã como conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores. Dessa maneira, os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza e as pessoas devem estar articulados com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, a ciência e a tecnologia.

Tudo isso deve acontecer num contexto em que cuidados e educação se realizem de modo prazeroso e lúdico;
Nesta perspectiva, as brincadeiras espontâneas, o uso de materiais, os jogos, as danças e os cantos, as comidas e as roupas, as múltiplas formas de comunicação, de expressão, de criação e de movimento, o exercício de tarefas rotineiras do cotidiano e as experiências dirigidas que exigem que o conhecimento dos limites e alcances das ações das crianças e dos adultos estejam contemplados.

· As estratégias pedagógicas devem evitar a monotonia, o exagero de atividades acadêmicas ou de disciplinamento estéril;

· As múltiplas formas de diálogo e interação são o eixo de todo o trabalho pedagógico, que deve primar pelo envolvimento e pelo interesse genuíno dos educadores em todas as situações, provocando, brincando, rindo, apoiando, acolhendo, estabelecendo limites com energia e sensibilidade, consolando, observando, estimulando e desafiando a curiosidade e a criatividade, por meio de exercícios de sensibilidade, reconhecendo e alegrando-se com as conquistas individuais e coletivas das crianças, sobretudo as que promovam a autonomia, a responsabilidade e a solidariedade;

· A participação dos educadores é mesmo participação e não condução absoluta de todas as atividades e centralização dessas em sua pessoa.

Por isso, desde a organização do espaço, móveis, acesso a brinquedos e materiais, aos locais como banheiros, cantinas e pátios, parquinhos até a divisão do tempo e do calendário anual de atividades, passando pelas relações e ações conjuntas com as famílias e os responsáveis é o papel dos educadores legitimar os compromissos assumidos por meio da proposta pedagógica da escola, primando pelo desenvolvimento integral da Criança.

CRIANÇA/INFÂNCIA

A idéia de infância surgiu com a sociedade capitalista na medida em que mudavam a inserção e o papel social da criança na sua comunidade. Esta idéia foi universalizada com base em um padrão de crianças das classes médias, a partir de critérios de idade e de dependência do adulto, característicos de sua inserção no interior dessas classes.

Hoje pensar na criança exige um olhar crítico sobre suas complexas experiências sociais. Estando a criança de seis anos matriculada no Ensino Fundamental importa saber como a escola irá cumprir seu papel social diante da heterogeneidade das populações infantis e das contradições da sociedade. Crianças são sujeitos sociais e históricos marcadas pelo contexto em que estão inseridas.

Reconhece-se na infância o poder da imaginação, da fantasia, da brincadeira entendida como experiência de cultura. Mais que estágio a infância é categoria da história humana porque o homem tem infância.

Essa nova proposta curricular deve, também, estender-se aos anos finais dessa etapa de ensino. Ressalte-se que a definição de conteúdos é de competência dos respectivos sistemas de ensino.

O PROJETO PILOTO

O ensino aos seis anos e a ampliação do ensino fundamental, de oito para noves anos, está previsto pela lei federal n. 11.114, de maio de 2005. A partir de 2010 ele será obrigatório em todas as escolas brasileiras

O projeto piloto de alfabetização para crianças de seis anos implantado no início do ano letivo de 2007 pela Secretaria Estadual da Educação, foi apresentado no mês de fevereiro, a dirigentes municipais de ensino e representantes das Coordenadorias Regionais de Educação. Os institutos Ayrton Senna, Alfa e Beta e o Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia da Pesquisa e Ação – GEEMPA são os responsáveis pela aplicação de métodos pedagógicos em turmas do 1° ano do ensino fundamental e pela capacitação de professores que participam do projeto. O Instituto Cesgranrio, do Rio de Janeiro, é o responsável pela avaliação do desempenho dos alunos participantes.

Importantes encontros de professores que trabalham com o Ensino Fundamental de nove anos estão acontecendo a nível de São Luiz Gonzaga RS, coordenados pelas equipes Pedagógicas da Secretaria Municipal de Educação e 32ª CRE. Nestes encontros discute-se o ensino aos seis anos e os desafios existentes no processo de aprendizagem.

Destaca-se a importância da experiência desenvolvida até o momento, em sala de aula onde o lúdico é o ponto alto para estimular o processo de aprendizagem e o diferencial deste trabalho é que o aluno constrói seu próprio conhecimento, tendo o educador como mediador desse processo.

São Luiz Gonzaga RS, participa com 06 turmas neste projeto de alfabetização, que envolve 600 turmas de 1º ano do Ensino Fundamental de escolas estaduais e municipais de três Regiões do Estado do Rio Grande do Sul. O grupo de controle da pesquisa conta com mais 200 turmas que serão avaliadas mas que não farão parte da iniciativa cuja intenção é estabelecer parâmetros de comparação entre o desempenho das crianças alfabetizadas com os métodos do projeto piloto do aprendizado dos estudantes que tiverem um ensino regular.

Os programas possuem metodologias de ensino diferenciadas, a partir da capacitação dos professores, utilização de materiais didáticos adequados e acompanhamento dos professores e estudantes ao longo do ano letivo com assessoria da SEC – Secretaria de Educação e Cultura, juntamente com a Unesco[6] - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e com a Undime/RS (União Nacional dos Dirigentes de Educação).

De acordo com a coordenadora do projeto na 32 ª CRE, o trabalho está diretamente relacionado com o Compromisso de Todos pela Educação e, ao final do ano letivo, será avaliada a capacidade de aprendizado das crianças para estabelecer parâmetros, hoje inexistentes.

Os recursos para a implantação do Ensino Fundamental de nove anos são disponíveis nas Secretarias de Educação pelo Plano de Trabalho Anual, liberados mediante a análise e aprovação das propostas apresentadas que atendam aos critérios definidos sendo as despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino das turmas de seis anos de idade que estão no Ensino Fundamental de nove anos podem ser contabilizadas na rubrica do ensino fundamental e do FUNDEF - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério.

Essas turmas já compõem o Ensino Fundamental, daí a necessidade de computá-las no censo do ano da implantação, observadas as normas legais desse Fundo.

Os municípios que aderiram à proposta do Geempa são: Bagé, Cachoeira do Sul, Carazinho, Cerro Largo, Coronel Bicaco, Crissiumal, Dom Pedrito, Esteio, Gravataí, Jaguarão, Ijuí, Pinheiro Machado, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento, Santiago, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, Tapes, Três Cachoeiras e Três Passos e os que aderiram à metodologia do Instituto Ayrton Senna são: Arroio Grande, Barão do Triunfo, Bento Gonçalves, Caseiros, Caxias do Sul, Encruzilhada do Sul, Erechim, Farroupilha, Herval, Lagoa Vermelha, Machadinho, Marau, Nonoai, Passo Fundo, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Porto Xavier, Sananduva, São Marcos, Sentinela do Sul e Serafina Correa.

O primeiro ano do ensino fundamental de nove anos não se destina exclusivamente à alfabetização. Mesmo sendo o primeiro ano uma possibilidade para qualificar o ensino e a aprendizagem dos conteúdos da alfabetização e do letramento, não devem ser priorizadas essas aprendizagens como se fossem a única forma de promover o desenvolvimento das crianças dessa faixa etária. É importante que o trabalho pedagógico implementado possibilite ao aluno o desenvolvimento das diversas expressões e o acesso ao conhecimento nas suas diversas áreas.

CONSIDERAÇOES FINAIS

O ensino fundamental, no Brasil, passa agora a ter nove anos de duração e inclui as crianças de seis anos de idade, o que já é feito em vários países e em alguns municípios brasileiros há muito tempo. Ainda existem muitas dúvidas entre os educadores. Muitos se questionam se é melhor que elas estejam na educação infantil ou no ensino fundamental.

Do ponto de vista legal, os direitos sociais precisam ser assegurados e o trabalho pedagógico precisa levar em conta a singularidade das ações infantis e o direito à brincadeira, à produção cultural tanto na educação infantil quanto no Ensino Fundamental.

Nesse sentido é preciso garantir que as crianças sejam atendidas também nas suas necessidades de aprender e de brincar e que o trabalho seja planejado e acompanhado por adultos tanto na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental, o que poderá significar também, uma possibilidade de qualificação do ensino e da aprendizagem da alfabetização e do letramento, pois a criança terá mais tempo para se apropriar dos conteúdos e consequentemente da aprendizagem.

A inclusão de crianças de seis anos no ensino fundamental requer diálogo institucional e pedagógico entre Educação Infantil e Ensino Fundamental, dentro da escola e entre as escolas, com alternativas curriculares claras.

A preocupação com a infância como categoria social implica garantir o direito à criança de ser curiosa, experimentar, criar, opinar, transformar, inventar, exprimir suas preferências e desejos. A necessidade de viver em grupo da mesma faixa etária está acompanhada da necessidade de descobrir o mundo a seu modo.

Entretanto, possibilitar o acesso da criança aos seis anos de idade no Ensino Fundamental e conseqüentemente colocá-la em contato com a leitura e a escrita não é suficiente para que ela se alfabetize. É necessário que o sistema escolar esteja atento às peculiaridades infantis.

Ao finalizar este artigo torna-se imprescindível questionar:

Como fica a situação das crianças que pertencem as 200 turmas – grupo de controle - que ingressaram também aos seis anos de idade no Ensino Fundamental e cujas escolas e professoras não possuem acompanhamento pedagógico de nenhuma instituição? Considera-se que o ingresso da criança de seis anos no Ensino Fundamental em São Luiz Gonzaga e no Rio Grande do Sul é recente e os professores ainda não se encontram preparados para tamanho desafio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIÉS,P. Histótia Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

BRASIL. Constituição Brasileira. Brasília, 1988.

–––––. CNE/CEB. Parecer nº 22/98

––––––. Estatuto da Criança e do Adolescente. Organização dos textos, notas e índices por Juarez de Oliveira. 6.ed. Atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 1996.

––––––. MEC. Coordenação de Educação Pré-Escolar. Diagnóstico Preliminar da Educaçãp Pré- Escolar no Brasil. Brasília: MEC/DDD,1975.

––––––. MEC/FNDE. Orientações para inclusão de crianças de seis anos de idade no Ensino Fundamental. Brasília: Estação Gráfica, 2006.

––––––. SEF/COEDI

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Educação Física Como Prática Científica e Prática Pedagógica: Reflexões à Luz da Filosofia da Ciência





Por: Mauro Betti


Resumo
O objetivo deste ensaio é contribuir para o debate epistemológico que se trava na Educação Física brasileira em torno do seu estatuto científico e/ou pedagógico. Para tal, revisa autores brasileiros que tratam do assunto, adotando como parâmetro alguns temas da filosofia da ciência abordados por A. CHALMERS, G. FOUREZ e J. ALVES-MAZZOTTI. A conclusão inicial é que a Educação Física não é uma disciplina científica, mas uma área de conhecimento e intervenção pedagógica que expressa projetos social e historicamente condicionados, os quais, por sua vez levam à construção dos objetos da pesquisa científica, a qual se exercita e transforma constantemente no seio da comunidade acadêmica. No contexto da prática científica, a meta da ciência - produzir conhecimentos no encontro com o mundo físico e social - exige controle epistemológico interno, tarefa específica da comunidade científica. Na qualidade de prática pedagógica, o projeto da Educação Física, que o autor define como “apropriação crítica da cultura corporal de movimento”, exige metodologias de pesquisa adequadas, que respeitem a dimensão ético-normativa inerente à prática pedagógica. UNITERMOS: Educação Física; Ciência; Epistemologia; Prática pedagógica; Cultura corporal de movimento.
Para ler na integra: http://www.usp.br/eef/rbefe/v19n32005/v19n3p183.pdf

Educação Física como Componente Curricular




Segundo a Legislação vigente (LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira), em seu artigo 26,
“ Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. (...)
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica,(...)”.
Como prática pedagógica e disciplina da educação básica, possui conteúdos, habilidades e competências específicas.